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domingo, 28 de julho de 2019

Marketing Político: a Sua Cabeça Livre é a Moeda desse negócio
Beba em letras garrafais essa ideia de que você é livre, Cidadão Político, para deixar a sua à  venda.


Um vendedor, desses do tipo caixeiro viajante
, traz na mala pacotes de pensamentos e argumentos prontos, seguranças e outras conveniências morais. Tudo a preço único: sua liberdade.


As embalagens são lindas. É de dar água na boca (tapado) e de comer com os olhos (pior cego é aquele que não quer ver). Tudo que você pensou um dia querer como respostas prontas.


O vendedor se aproxima como numa dança sedutora. Cada gesto seu é uma forma de te convencer sobre os benefícios do seu produto.



Minha liberdade de pensar, agir e se expressar por essas caixinhas morais tão sedutoras... Qual será o lucro obtido?

O sujeito é bom, sabe te convencer como ninguém a você comprar o peixe dele. Você coça a cabeça, como se revisasse a mente, coçando com mão o bolso da sua consciência à procura da sua carteira de valores intelectuais.


Os poucos investimentos intelectuais que ainda tem, podem até germinar e crescer, expandido sua mensagem em conhecimento, informação, percepção e, principalmente, imaginação. 

Mas dá trabalho germinar tal transformação. Exige empenho e esforço. E você já está cansado de tanto tempo gasto em pensar com a própria cabeça.


- Vale a pena aceitar a proposta?

Parece interessante e com muitas vantagens. 

Algumas dessas caixinhas já posso até ver, vão se acomodar bem em cantos alguns cantos. Mas não sei, pensando bem, será que a troca vale a pena? 


- Minha liberdade de pensar, agir e se expressar por essas caixinhas morais tão sedutoras... Qual será o lucro obtido? É tentador. Será que passa no cartão, sem juros, ou é só a vista? Gostei. Vou dar uma chance. Então caixeiro, qual a sua oferta?


Um sorriso imperceptivelmente sádico rasga nos lábios do vendedor. Ele começa a recitar sua carta de venda: Se a moda agora é ter liberdade, nada melhor que tornar moeda de troca o nosso poder de escolha.

Certo? Errado? Nem um nem outro. Apenas é.

 

O que te resta é ter coragem e força de bancar às custas de se pensar com a própria cabeça.

Aguentar as duras prestações de prestar atenção a sua consciência. Sim, todo mundo tem uma. E claro, é livre para fazer o que quiser com ela.

És livre para vender sua liberdade para escutar o discurso que te fará sentir. livre. Feliz. Seguro. Que sensação quer sentir de forma livre?

És um cidadão livre, animal político, parte do todo dessa massa, em toda sua parte, faz um bolo. És livre para deixar que resumam sua voz numa sigla. 2, 3, 4 letras e pontos finais, bastam.


Cansa ter que ler, interpretar e decorar todo aquele texto discursivo. Para depois, nem lembrar que esqueceu. A reciproca NÃO é verdadeira: eles, os políticos, lembram muito bem que você se esqueceu de lembrar.


Se você não se conforma, mas não tem a forma certa de demonstrar que está inconformado, és livre para chamar de mito o formador de opinião que melhor se molda a sua mente.


Grite, colocando palavras que não são suas, na sua boca. Cale-se, a liberdade de expressão que você mesmo não escolheu. Sua cabeça livre é seu guia.


Cabeça vazia oficina do diabo, por isso, mantenha sua mente livre. Erga as mãos para os céus e agradeça por ter a graça da liberdade de não precisar pensar.


Você também é livre para oferecer sua escolha a qualquer lacuna vaga, quadrada em voto impresso ou digital. Em comentários, compartilhamento, reação, textão (como esse). Basta um toque para ser tocado de volta com toda emoção que você escolheu. De forma totalmente livre, diga-se de passagem.











A escolha é toda sua, sua bolha…quer dizer, d-digo, dentro da sua bolha escolhida por… você sabe quem. Basta selecionar a plataforma, que outros livres vendidos por escolha própria como você darão corpo a única cabeça de todos.

Mas, se não quer ter o problema de “ter que escolher”, fique sossegado, ou melhor, livre para não ter que decidir nada.


Não precisa se acanhar de não ter inteligência suficiente de ter escrito as placas com os dizeres que gostaria de ter elaborado. És livre para apanhar qualquer uma. Tem de todo tipo:


As mais lacradoras.

Agressivas.

És mais conservador?

Sem problema, tens toda liberdade e segurança, inclusive, até os motivos e contra-argumentos, bem elaborados, já foram todos pensados e produzidos para você.


Lembre-se, és livre. Pode pegar se quiser.

Erga em paz sua bandeira, mesmo se for de guerra a algum terror. Aliás, se tiver medo de escolher o que temer, já temos pré-pronto diversos “mal e sua cura”.


Seu trabalho é só erguer a mão e apanhar da prateleira. Aqui, o mercado é livre e sua liberdade de escolha é garantia total. Melhor é ser espremido.


Tome partido, feito suco em pó no saquinho. Dá trabalho colher, cortar e espremer as frutas. Sobramos só o bagaço desse esforço.

És livre para ser a metade da laranja de algum político de coração Partido. Adicione água e pronto: mais de um litro e meio do refresco que tanto escolheu querer tomar.

Certo? Errado?

Nem um nem outro.
Apenas é.

Assim como é a definição de liberdade da poeta Cecília Meireles, a mesma dos versos para criança, isto ou aquilo, que aqui, cabe feito luva e anel:

“Liberdade — essa palavra que o sonho humano alimenta: que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda!”.

Sonhar não custa nada. E tem muito marqueteiro faminto pelos sonhos de Brasil Livre dos brasileiros.



Certo? Errado?
Nem um nem outro.
Apenas é.
É mesmo?

Reafirmo, você é livre para sonhar o que quiser. Escolha o que quiser. Se quiser pensar livre, pense. Só, lembre-se: pensar por si mesmo pesa. A qualquer momento você corre o risco de topar com a liberdade de poder pensar como todos outros.


As manadas são mais livres que você, pois escolheram ter a liberdade de não serem livres. Seres políticos, partes da sociedade que te empurrarão contra sua liberdade de não ser livre.

 

Liberdade: Livre-se desse fardo;
LIVRE MENTE
Prá que sofrer.

Temos símbolos e signos suficientes de quem sangrou e carregou sua cruz. Creia e siga em frente. A morte é nossa única certeza. Vai ficar aí, se matando em ser livre?


Liberdade.


Não é sobre o que você acredita, sonha ou escolhe, mas sobre o que você quer escutar e curvar sua atenção.


Li-ber-da-de


Um preço muito alto com gente disposta e livre em poder pagar. A nova tendência dita que sua cabeça livre pode estar a venda agora.


Quer ter a liberdade de dizer seu preço?


Em vez de ler, prefere me ouvir declamar esse texto? Toque o play abaixo e boa experiência:



Manay Deô | Heterônimo Poeta Publicitário Sou #poeta, brinco com #palavras e inventor #palavrários como #redator de #poesiapublicitaria e Soul #Heterônimo criativo e #artista - > 📬 manaydeo@gmail.com

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