quarta-feira, 25 de junho de 2025

Exageros


Exageros
Elídio Santos / Manay Deô

Lotado de mim, só me resta ser eu.
Sem exceções, processado o sumo
Espremido dos repertórios.

Sozinho, sem poder apanhar com olhar
Se quer um tombo dos livros da minha estante,
Quem sou? Quem posso? Quem inspiro?

O que me descubro a cada esquina do desconhecido,
A cada detalhe do meu cotidiano desprezado,
Que quando percebo, me assombro:

lá estou eu, estranhado.

Emaranhado em medos, refúgios, desculpas
Procrastinação, faço a conta:

Quantas mantas eu teceria com os carreteis desperdiçados?
Invernos inteiros tremendo de covardia.

Passado é temer significados.
Futuro é... onde fui parar quando não estou vivendo o presente?

Algumas vezes é aqui, no agora,
que você poder ser tudo que pode ser.
Eu, excessos emaranhados,
temo encontrar equilíbrio.

Eu, sozinho, um estranho.
Eu, somado aos mEus,
A convecção diária dos ‘euxageros’.


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