Homem na plataforma do Metrô aguarda o trem assim como outros transeuntes. Era manhã de sábado. Nada do frenesi típico dos horários matutinos de picos. Ouvindo seu Ipod, o homem está bem rente à beira da plataforma.
Movia-se intermitente, como se estivesse seguindo os passos da música que ouvia.
ele continuava lá, dançando perigosamente a beira da plataforma.
Certo momento ficou desconfiado do rapaz ao seu lado, que acabara de tirar foto pelo celular de um anuncio publicitário na plataforma. Só percebeu isso, pois a câmera de dispositivo móvel do rapaz saltava para fora feito uma lente de câmera profissional.
E ele continuava lá, dançando perigosamente a beira da plataforma.
Uma segurança do Metrô o abordou educadamente e pediu-lhe que se afastasse para trás da faixa amarela.
-E se eu quisesse me matar- respondeu o homem em um tom áspero e alto. Uma mistura de entonação entre o fato de estar com fones de ouvidos e de se sentir incomodado, por alguém desconectá-lo da Matriz musical que o entretia.
Atônita, e com uma expressão facial de quem está confuso e quisesse responder "nossa, desculpe por perguntar", a segurança tentou entender o que acabara de escutar.
-Não entendi.
- Deixa ele aí, se quiser se matar que se mate. - Disse o outro segurança que acompanhava de longe sua parceira.
A dança continuou, a segurança deu de ombros e preferiu dar ouvidos a seu parceiro e deixar o potencial suicida se embebendo de sua mórbida dança.
O rapaz de celular, que assistiu tudo bem de perto, riu em silêncio enquanto registrava toda cena no bloco de notas do aparelho.
-Por que não filmei isso?

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