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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Tentativa e errar é humano
Faça o seu melhor: fracassar faz parte, assim como não desistir e pedir ajuda
Vivemos tempos estranhos, onde as nuvens turvas dos medos de alguns, tentam bloquear o raio de sol das mudanças que sempre queriam brilhar e ainda resistem: diversidade, a voz e vez das mulheres, enfim, a liberdade.

Nas redes sociais, as contra narrativas entortam muitos, que na busca de "conforto ideológico", preferem vestir-se de mentiras. A verdade ( e toda sua abstração filosófica) se torna apenas mais um dos milhares de memes. "Vamo ri, é só humor".

"Tudo te diz digitalMente, genericaMente: vai lá, você consegue. Não desista."

Tem dias que a gente se sente fraco. Derrotado pelos desafios. Não dá para vencer sempre. Mas os gráficos, os post de "autoajuda", os conselheiros financeiros que vendem aplicações de juros compostos como a liberdade e independência, os coaching, as metáforas engraçaralhas...

Tudo te diz digitalMente, genericaMente:
vai lá, você consegue. Não desista.

A gente que tá na luta diária, já sabia disso, mas mesmo assim, aceita e acumula mais um dia de sobrevida, sem conseguir o que realmente queríamos:

Só alguém para nos escutar. Sem mensagem, sem aforismos, sem nenhuma baboseira. Só me escuta. Preciso desabafar.

Mas te ver desabar parece ser o gozo de muitos. Mimimi, blá blá blá... A gente acaba acatando.

E o acúmulo, esse, só cresce. É o que o vendedor de geladinho faz .Seja empreendedor", grita mais um anúncio.

"O desespero do desemprego virou pregação de pastor de LinkedIn."
"Seja batalhador", vociFera um conversador metido a conservador. É o que muitas mães e pais de periferia já fazem. Humildes, escutam o conselho, desconfiados de que não há novidade nenhuma nisso, mas como a sociedade os fez crer que são ignorantes demais para entender as complexidades da vida, se sentem culpados por "não estar fazendo o bastante".


Então, vão lá e tentam fazer mais do que sempre fizeram e encontram escrito na parede da agência de emprego: Não há vagas. O desespero do desemprego virou pregação de pastor de LinkedIn. Exemplos e mais exemplos são jogados a esmo, fora de contexto, em apresentações bonitinhas (mas ordinárias).

A celebridade X virou Y. Sucesso.
O empresário A virou W.
Lucros a perder de vista.
Fórmulas mágicas para você
preencher mais um formulário.

E muitas vezes, o cara na platéia da palestra ou webinar, naquele momento da vida, só quer um emprego. Não que os exemplos não sejam válidos. Não que essas histórias de vida e superação não inspirem. Agora ele só quer um emprego, e fica envergonhado em confessar seu desespero com uma sonora prece: Pelo amor de Deus.

"Mas posso tentar escutar quem vem até mim" 


Eu, que aqui escrevo, tento ser o que continua de pé. Tento não ser o que abraça a contradição para se tornar quem ou que mais repudio. Por muito vezes, peco.

Tento não perder a humanidade.
Tento não amputar minha empatia.

Tento. Tento tanto que às vezes confundo tentativa com tentações. Não posso falar pelos outros. Mas posso tentar escutar quem vem até mim, e no meu honesto otimismo, banco às vezes o tolo em pensar.

Alguém fará o mesmo por mim quando precisar. Você, por favor, te peço, tente ser esse alguém que escuta, que acolhe, que diálogo, que tenta entender os outros e eu.

Eu não posso te obrigar. Mas te prometo. Eu continuarei tentando ser tudo isso que agora escrevo, ajo e falo.


Manay Deô | Heterônimo Poeta Publicitário Sou #poeta, brinco com #palavras e inventor #palavrários como #redator de #poesiapublicitaria e Soul #Heterônimo criativo e #artista - > 📬 manaydeo@gmail.com

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