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quarta-feira, 29 de julho de 2020

De que novo normal estamos falando?
A doença da normalidade já se tornou um bem comum por aqui
A morte epidêmica está na crista da onda, enquanto seguimos enfrente com uma elite brazuca, que se sente europeia o suficiente, para reabrir por conta a vida que sempre normalizaram ter: as próprias vidas deles importa, mais nada.

Neste tsunami tétrico de corpos pretos sufocados, existe uma classe média de gente que sempre achou comum surfar na superfície dos confortos sociais aquáticos.

São insensíveis às lutas.
Não se sentem classe trabalhadora.

Mas com a cara (pálida de madeira) e a (falta de) coragem foram, invadir as praias. Nem se importaram com o rigor do ultraje de suas cruéis escolhas.

Ressalto: são escolhas feitas, não obrigações que a dura vida impõem, diferente de quem tem que trabalhar no dia de hoje para garantir o pão de amanhã.

Vidas privadas de privações, despejam feito esgoto a céu aberto o exemplo mais trágico que o profundo conceito do mundo liquido de Bauman tentou discorrer.

Por entre os dedos da necropolítica planejada, escorre sangue dos mortos aos montes nos morros, pelas valas e ruas. Pelas Veias Abertas da América Latina, escorre os profundos traumas de países em pleno estado de crises.

É comum termos por aqui, 
os tidos como líderes fortes, homenzinhos que se acham grandes.
Mesmo sendo marionetes do imperialismo americano, é bem normal causarem o estrago de sempre.
Por @o.ribs

Eu cansei de tanto falar que havia algo de errado, mas ninguém me ouviu. Preferiram continuar insistindo que era só um episódio isolado, um surto momentâneo.

Juro que tentei falar normalmente, com a linguagem mais comum possível, para se conectar com o que entendem. Sem sucesso.

Gritei em versos fortes, de poesias de escárnio, expondo os podres poderes que participam.

As minhas palavras foram em vão. Gastei munição à toa e anda fui alvejado. Para quem puxou o gatilho que destroça nosso emocional, mais uma terça feira comum.

Em meio a tanto esgotamento carnal e mental, sem saneamento do discurso de ódio público, se esvazia os tachos conceituais e transbordam as teorias da conspiração ideológica.


É coisa nostra normalizar. Cansamos de tanto achar comum os absurdos, cegos e mudos desta nossa sociedade sem sentidos. A confusão é patológica. Normal e comum se equivalem numa amalgama esquizoide.

Normose em pleno estado vegetativo.

Naturalizamos tudo. O normal por aqui é isso. Se a maioria aprova, não há espécie, aceita que dói menos; ao menos finja bem, para que o conjunto de normas da sociedade permaneça normal.

Pandemônios de pandemias de séculos e décadas atrás, seguem mais escancarando do que novidades. Diante do paradoxo que apareceu estendido na areia da praia, nossa fome por matar nossa ansiedade moderna é tanta, que comemos a deusa maia e o rabo de sereia antes da ceia.

Na verdade, depois de processar que o sabor cai bem no gosto do mercado, passamos a processar a novidade repetidamente nas gôndolas.

Sem novidades que fantasiamos estar separado de certas pessoas e da natureza que concretamos com cal, cimento, trator, corrente, serra elétrica e queimadas. Até agora, tudo Normal nessa nossa natureza morta.


Pela @laertegenial ( Laerte 👉🏼@coutinholaerte )

Sem novidade o egoísmo prático, que faz do corpo alheio objeto apenas de desejo.

Assim, normalizamos relacionamentos abusivos. Até aqui, tudo normal nas cabeças escrotas de machos da confundilândia trintaporcentozista.


A curva por aqui nem chegou no pico, e já somos o destaque de país que carrega nas constas mais mortes, mais omissões do estado.

A caneta não tremeu dessa vez, diante das centenas punhos cerrados sem pulso. Perdemos muitas vidas.

É normal, para quem leu até aqui, se pergunte ou pergunte ao autor: Afinal, de que novo normal estamos falando?

Só de questionar tanta normalidade, já começamos a sair da zona de conforto para estar na zona de confronto de tristes realidades que, por aqui, ainda são comuns serem normalizadas.


Manay Deô | Heterônimo Poeta Publicitário Sou #poeta, brinco com #palavras e inventor #palavrários como #redator de #poesiapublicitaria e Soul #Heterônimo criativo e #artista - > 📬 manaydeo@gmail.com

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