Dias desses,que quase nem me lembro,me peguei apegadoao passadoque me parece,agora,quaseapagado .No brilho dabrasa desseinstante,que já é quase antiguidade,bem no limiar da chamaque se extingue,divaguei:Faz um tempo,nem tanto tempo assim,que o tempofaz um tempão.Ontem, uma década.Hoje, um amanhãque demora eternidades.Dias dessessó me salvoquando falhaa memória:- Esqueço, logo, resisto.Minha memóriadeclarativa,pede explícitosocorro:delete essestempos turvos,ou esqueçalembrarsuas saudades.Suplico em nomedas minhas lembranças:Não me faça ser apenasquem segue procedimentos,quero armazenarmeus melhores momentosem memoriais de recordações vivas.Quero até queminha memória implícitaseja consciente,e não só os gestoscomportamentaisde sobrevivência,automatizadospela forma confortávelda monotoniade dias de mortesnormalizadas.
As horas que me percebo,parecem um tiro na raiada corrida pela vida.Corro pelas linhasde sinapses nervosas,para me queimar menosdessa cruel realidade;voar é estar doente dos pés.Não sei lidarcom o preçodo pesode tanto pesares:
para milhõesde pessoas,apenas a penada vida perdida.
Mais nada.
o lado do abismolotado de lucrose mais lucros,ao custode tantas vidas
Para os tantosdesses poucos,mais, e mais,e muito mais.sempre muito maisque as mãos dos muitosque nada tem,
conseguem suportar.
ficam perdidos em algum lugarOs momentos que nem sei,que um dia me lembrarei:
- eu vivi mesmoeste momento?
Todos os dias parecem iguais.Brincaram outro dia:- agora as semana
tem três dias,e se chamam
o ontemo hojeo amanhã
são o que a janela da cozinhaAs horas,me mostrar:
é dia?é noite?começo?término?vivo?morro?alucino!!!
Dia dessesque termina onde começoa lembrarse foi eu quem escrevi:
- ainda estouo poetaque me sou?
Dias desses,quasenem me lembro.
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